A EDUCAÇÃO FITOSSANITÁRIA E A PREVENÇÃO DE PRAGAS
Paccelli M. Zahler
A educação fitossanitária sempre foi uma das minhas preocupações ao longo de dezenove anos trabalhando na área de defesa sanitária vegetal. Considero que, não necessariamente, precisa ser formal, com a inclusão de uma disciplina específica nas escolas e faculdades de Agronomia.
Os programas de rádio e televisão, as leituras de revistas e livros técnicos sobre pragas específicas dos cultivos agrícolas, as observações práticas de campo, a participação em seminários, palestras e congressos de fitopatologia e entomologia, o acompanhamento das publicações das normas fitossanitárias no Diário Oficial da União, constituem-se em meios de se obter uma educação fitossanitária permanente.
Não há agricultor que não saiba que muitas pragas (fungos, bactérias, nematóides, vírus, ervas daninhas) são transmitidas por sementes. Daí a importância de se fazer um tratamento químico das mesmas antes da semeadura.
Hoje, existem variedades resistentes a muitas pragas comuns na região de cultivo e a seleção da variedade auxilia na prevenção das pragas, resultando em redução do uso de agrotóxicos.
Por falar em agrotóxicos, popularmente conhecidos como venenos, todos estão conscientes da obrigatoriedade de consultar um engenheiro agrônomo para avaliar se a sua aplicação é necessária, em que dosagem, com qual equipamento, além da emissão do receituário agronômico para a aquisição do produto nas lojas especializadas.
A planta não vive sem nutrientes, os quais são retirados do solo. Portanto, uma adubação adequada é fundamental para se obter uma boa produtividade.
Determinadas pragas são transmitidas pelas embalagens de madeira reutilizadas, que não foram submetidas à desinfecção ou expurgo. Isto significa que é necessário substituí-las ou tratá-las com produtos químicos específicos para evitar a contaminação das frutas e hortaliças nelas acondicionadas.
Estes são exemplos de ações mínimas que podem reduzir a incidência de pragas na lavoura.
É comum os produtores e comerciantes alegarem que tais medidas aumentam os custos da produção.
Cabe perguntar: “Quanto gasta o governo federal em uma campanha de erradicação de pragas? Quantos produtores são prejudicados com a ocorrência de novas pragas (p. ex. bicudo do algodoeiro, sigatoka negra, vespa da madeira, ferrugem da soja...)?Quem paga a conta?”
A educação fitossanitária, no meu entender, significa “consciência fitossanitária” e contribui para a prevenção da ocorrência de pragas nas lavouras, evitando gastos futuros com campanhas de erradicação.
domingo, julho 18, 2004
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