OCORRÊNCIA DE LEPROSE DOS CITROS NO DISTRITO FEDERAL
Paccelli M. Zahler
Por ser uma doença que pode ocorrer o ano inteiro nas condições climáticas do Distrito Federal, a leprose tem sido um grande problema para os citricultores locais que, muitas vezes, a confundem com o cancro cítrico, ainda não constatado na região.
A leprose é uma doença, provavelmente virótica, transmitida por um ácaro do gênero Brevipalpus e que provoca lesões nas folhas, nos frutos e nos galhos das plantas cítricas.
Nas folhas e nos frutos, formam-se manchas rasas e deprimidas, pardo-escuras, circulares, de bordos bem delimitados, acompanhadas, quase sempre, por um halo amarelado. Tais lesões não são salientes, tampouco corticosas como as do cancro cítrico, com as quais podem ser confundidas. Nos galhos, entretanto, pode haver confusão pois as lesões são salientes, corticosas, da cor da palha ou pardacentas, podendo formar crostas.
Como medidas de controle, após a constatação da presença do ácaro, o Serviço de Defesa Sanitária Vegetal da DFA/DF sugere:
1º) uma poda de limpeza, com queima dos ramos afetados, para evitar a reinfestação do ácaro e forçar uma nova brotação;
2º) uma ou duas pulverizações com acaricidas específicos durante a fase de desenvolvimento da planta. Neste caso, é recomendável consultar o engenheiro agrônomo da região, o qual, através do Receituário Agronômico, irá indicar o agrotóxico mais adequado para o controle do ácaro e orientar o produtor sobre como aplicar o produto;
3º) tratando-se de um pomar pequeno, pode ser utilizada a seguinte receita caseira:
- colocar água sobre cal viva em um recipiente, mexer e deixar a mistura descansar;
- pulverizar o líquido claro obtido sobre as plantas cítricas;
- observar o pomar com freqüência e, se ainda for constatada a presença do ácaro, repetir a pulverização.
Literatura Consultada
1. Flechtmann, C.H.W. – Ácaros de importância agrícola. Nobel, São Paulo (1979).
2. Gallli, F. (coord.) – Manual de fitopatologia. Vol. 2. Ceres, São Paulo (1980).
3. Nascimento, A. S. et alli – Manual de manejo integrado de pragas do pomar cítrico. EMBRAPA/CNPMG, Brasília, (1982).
4. Pinheiro, S., Aurvalle, A. e Guazelli, M.J. – Agropecuária sem veneno. L&PM, Porto Alegre (1985).
5. Rossetti, V. – Identificação do cancro cítrico. O Biológico, 47(5):145-153 (1981).
(Publicado no Informativo ACONTECENDO nº 3 / 4, julho/1991, p. 6, Ministério da Agricultura, Brasília, DF)
segunda-feira, julho 12, 2004
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